23 de maio de 2011


e no entanto a sorte, a crença,

na verdade o que se pensa:

são dois corpos agitados

dois mochos sobressaltados

voando, feito redemoinho.

e no entanto, aquela sorte,

de tão vil, acaso e norte

são pavios curtos

sem zelo, esmero, esperança.

no entanto, e só portanto,

quisera eu o quanto

te quis um dia,

quisesse-me outra vez, sobressaltada.

conquanto, belo acalanto,

saístes ao sol feita em balanço

agitando o que de bom havia

e abrindo as bocas, dos moços,

das moças, que te viram um dia.

e no quando, abria-se em mormaço

teus pés crus a cada passo

me diziam que sem ti

aquele abraço

era só monotonia.

amiga, amor,

palavras duras,

puseram-nas nuas

a cortar-me a alma.

palavras sempre foram belas,

mas não as tuas.

amada, amor

sempre em preces o que te dou

sem revelias. acaso o pranto

que em ti murchou, dissesse a mim

o que passou, soubesse o quanto,

se me notou, ou fui um

dos muitos tantos

que tua seda-pele tocou.

por fim, culpada tu, findou

o verso que em mim jorrou.

Comentários
1 Comentários

1 comentários:

Manoel Messias disse...

enfim, mais alguém postando...

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